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Estados Unidos

Veja dicas para economizar em uma viagem a Nova York

Por Tuka Pereira

Desde que o dólar chegou nas alturas, os brasileiros têm preferido viajar para outros países e os Estados Unidos têm ficado em segundo plano. No entanto, mesmo com a cotação desfavorável do momento, Nova York continua sendo um verdadeiro sonho de consumo para quem ama fazer as malas e explorar lugares incríveis. Ainda mais quando a cidade tem um apelo mais do que especial nesta época do ano com as luzes do Natal, o frio e a neve, atrações à parte para qualquer pessoa.

Apesar do dólar nas alturas, Nova York continua sendo o sonho de consumo de muitos brasileiros

Então, uma vez que você decidiu conhecer a Big Apple mesmo que a fatura de seu cartão de crédito no final da viagem possa assustá-lo, o jeito é achar uma maneira de aproveitar a cidade economizando como for possível. Pensando nisso, o Viagem Livre fez uma seleção de dicas que podem ajudar bastante nesta tarefa.

Are you ready? Let’s go!

1 – Ande de metrô


Metrô de NY / Imagem: Joe Buglewicz

Os clássicos taxis amarelinhos que aparecem em todos os filmes e seriados podem até ser bastante cômodos, mas assim como qualquer grande cidade do mundo, Nova York possui bastante trânsito. Sendo assim, circular a bordo de um taxi não é uma das alternativas mais econômicas já que você passará boa parte do trajeto parado em meio ao tráfego. Por isso é que não existe nenhuma opção mais inteligente para se locomover na Big Apple do que o bom e velho metrô.

Mas eis a melhor dica de todas: para uma viagem de metrô o preço do ticket é de US$ 2,50 (cerca de R$ 9,70), mas em uma cidade que oferece tantas atrações é normal utilizar este meio de transporte várias vezes e pagar por tickets individuais sairá muito caro. A alternativa ideal para andar de metrô quantas vezes quiser e gastar um valor justo é comprar o MetroCard que oferece opções com viagens ilimitadas por 7 dias a US$ 30 (cerca de R$ 116), mensal por US$ 112 (cerca de R$ 435) ou ainda pode ser carregado com um valor qualquer (Pay-Per-Ride) entre US$ 5 a US$ 100, que vai sendo debitado a cada viagem. E mais um detalhe: este cartão também vale para ônibus!

O MetroCard pode ser adquirido com um atendente nos guichês disponíveis nas estações ou diretamente na máquina. Basta seguir um passo a passo que aparece na tela (a língua pode ser escolhida entre inglês, francês, espanhol e chinês).

2 – Economize até 50% em atrações usando cartões de desconto

Conforme-se a respeito de um fato sobre Nova York: não é humanamente possível conhecer tudo o que a cidade oferece de interessante em apenas alguns dias. Mesmo assim, não significa que você deva se contentar em ficar apenas entrando e saindo de lojas, pois com um roteiro bem arranjado, dá tempo de fazer muita coisa legal. Uma opção econômica é utilizar um dos cartões de desconto que oferecem atrações por valores muito mais interessantes do que comprar entradas para cada uma separadamente.

O New York City Pass é válido por 9 dias consecutivos a partir do primeiro dia de uso e com ele é possível visitar seis principais atrações, incluindo o a Estátua da Liberdade e o Museu 11 de Setembro. O Valor para adultos é de US$ 114 (R$ 443) e para pessoas entre 6 e 17 anos é de US$ 89 (R$ 346). Utilizando este cartão a economia fica em torno de 42%.

Já o New York Explorer Pass oferece opções com três, cinco, sete ou dez atrações de uma lista com 58 que fica à escolha do turista. Com este cartão – que custa entre US$76 e US$ 179 (R$ 290 e R$ 685, aproximadamente) – é possível fazer desde um passeio de bicicleta pelo Central Park ou pela ponte do Brooklin, como também conhecer diversos outros pontos turísticos clássicos da cidade. Diferente do New York City Pass, este cartão pode ser utilizado em um prazo de 30 dias a partir da ativação na primeira atração. A economia oferecida chega a 45%.

Outra vantagem é que em alguns lugares, o turista que tiver uma destas opções não pega nenhuma fila na entrada.

3 – Pague nada ou quase nada nos museus

Nova York possui alguns dos melhores e mais importantes museus do mundo e que cobram até US$ 25 (cerca de R$ 95) pela entrada. Ou seja: uma pessoa que viaja em família e com um orçamento limitado, muitas vezes deixa de conhecer esses lugares com acervos incríveis por que não pode gastar muito. Mas existe um detalhe que a maioria dos turistas não faz ideia e que os museus parecem não ter o menor interesse em informar: você pode pagar apenas o que desejar pela entrada em vários desses lugares.

Sim, o valor informado pelo preço do ingresso é apenas um valor sugerido, mas isso nunca está claro em nenhum lugar. Ao saber deste fato, geralmente as pessoas optam em pagar entre 1 e 5 dólares, mas, mesmo que você tenha apenas 10 centavos no bolso também será suficiente (embora não ideal). Eis alguns exemplos: Museu de História Natural (preço sugerido para adulto é de US$ 16), Metropolitan Museum of Art (preço sugerido para adultos é de US$ 25), Brooklyn Museum (preço sugerido para adultos é de US$ 20). Você pode ver a lista completa dos museus com entradas sugeridas aqui.

Mas suponhamos que você quer fazer um passeio ainda mais barato. Muitos museus têm entrada sempre gratuita, entre eles: The Bronx Museum of the Arts, Socrates Sculpture Park no Queens e Snug Harbor Cultural Center & Botanical Garden, em Staten Island. Entre os que cobram a visitação, vários possuem um dia na semana em que liberam a entrada totalmente grátis como o 9/11 Memorial & Museum (grátis às terças-feiras, das 17h às 20h) e o New York Botanical Garden (grátis às quartas-feiras);

Claro que não precisamos nem dizer que estes dias são completamente lotados, mas se isso não for um problema para você, aproveite! Aqui você encontra as informações a respeito dos dias grátis.

4 – Visite o Central Park, um dos lugares mais encantadores da cidade

Falar em conhecer Nova York e esquecer de citar o Central Park é inadmissível e, para quem viaja com o orçamento apertado é uma excelente opção de passeio econômico já que é totalmente gratuito. Em qualquer época do ano, o local oferece encantos para quem passeia por lá, pois está sempre lotado tanto de moradores quanto de turistas e tem várias coisas para se ver e fotografar. Além disso, há tours com guias (o turista paga o que deseja) que contam a história do parque e mostram os seus principais pontos turísticos. Se você não tem tempo, eis abaixo dois pontos imperdíveis que você precisa conhecer por lá:

Strawberry Fields

Quem é fã de John Lennon ou simplesmente adora passear por lugares com história, vale chegar ao parque a partir da Rua 72. De lá é possível ver o gigante Dakota, edifício onde vivia o ex-Beatle até ser assassinado em 1980 quando chegava em casa. Neste acesso do parque está localizado o Strawberry Fields, área criada em homenagem ao músico e onde se encontra no chão, feita em ladrilhos, a palavra “Imagine”, nome de sua música de maior sucesso. Neste local, fãs se aglomeram dia e noite para tirar fotos, cantar canções e deixar homenagens.

Belvedere Castle

Já próximo à Rua 79 está localizado o Belvedere Castle, uma mini-fortaleza construída em 1865 no ponto mais alto do Central Park e que possui um mirante que oferece a vista mais legal do lugar. O local também serve de sede do Observatório Meteorológico da cidade. Aproveite para fazer as mais belas fotos de lá.

O site oficial do Central Park possui diversas outras informações, horários de funcionamento e mapas com todas as atrações.

5 – Conheça outros lugares ao ar livre

Assim como se tratando de lugares incríveis ao ar livre, São Paulo não é apenas o Parque do Ibirapuera e Nova York não está limitada ao Central Parque. A cidade possui uma série de cantinhos deliciosos para se sentar à sombra, ler um livro, observar ao redor e comer um lanche. Eis algumas ótimas pedidas:

High Line Park

A Ferrovia Central de Nova York construiu entre 1929 e 1934 uma linha férrea no lado oeste da cidade, entre a 9ª e a 11ª Avenidas, por onde os trens de carga trafegavam sobre uma via elevada a mais de 10 metros do solo, na altura do terceiro andar dos prédios. Esta ferrovia era chamada de “Live Line”, a Linha de Vida de Nova York. Em 1980, quando os caminhões de carga – por possuírem rotas variáveis – tornaram os trens obsoletos, essa ferrovia deixou de ser utilizada.

A maior parte do elevado foi desmantelado, exceto o segmento de 1,6 km que fica entre as ruas 34 e a Gansevoort que acabou esquecido e abandonado, sendo tomado pela vegetação. Então, em 1999, quando a prefeitura decidiu demolir o elevado, alguns moradores criaram a associação Amigos do High Line e conseguiram impedir a destruição. Dez anos depois, em junho de 2009, o High Line foi inaugurado como um parque suspenso e passou a receber centenas de visitantes diariamente (veja o site oficial aqui.)

Bryant Park



O Bryant Park fica bem no coração de Manhattan, pertinho da Times Square e da Biblioteca Pública da cidade. Embora seja pequeno, principalmente se comparado ao Central Park, o lugar vive repleto de pessoas que aproveitam para descansar após o almoço ou mesmo aproveitar o Wi-Fi gratuito disponível. A agenda do local é sempre cheia de atrações, que vão desde apresentações musicais, exposições que mudam regularmente e atividades em grupo como Tai Chi e Yoga. Durante o inverno, o Bryant Park recebe uma pista de patinação no gelo que atrai muitos visitantes que tem um detalhe agradabilíssimo para um turista econômico: é grátis! Se você não tiver patins, há aluguel no local por US$ 15 (veja o site oficial aqui).

Washington Square Park



Pertinho da famosa Universidade de Nova York (NYU), o Washington Square Park é um dos mais agradáveis locais ao ar livre da cidade. O lugar, que é frequentado por estudantes e famílias, possui Wi-fi grátis e food trucks espalhados ao redor com muitas opções de comida com preços muito mais interessantes do que os encontrados nos restaurantes.

Uma curiosidade sobre o parque: lá existe um grande arco, que homenageia George Washington, e que foi modelado a partir do Arco do Triunfo em Paris (veja o site oficial aqui).

6 – Conheça a biblioteca pública


Nem só de agitação é a vida de um turista em Nova York. Uma incrível opção de passeio gratuito é a biblioteca pública da cidade, uma das maiores do mundo com um acervo de mais de 50 milhões de obras. Mesmo que em uma viagem turística raramente alguém tenha tempo para colocar a leitura em dia, este local vale a visita por oferecer mais atrações do que os inúmeros títulos espalhados pelas estantes. Inaugurada em 1911, a biblioteca fica bem no centro de Manhattan, na 5ª Avenida, entre a estação de trem Grand Central e a Times Square.

A arquitetura neoclássica do prédio chama atenção pela imponência – tanto por fora quanto por dentro – e é um atrativo à parte para quem gosta de tirar belas fotos. O local já foi cenário para inúmeros filmes como “Sex and the City” (o filme), “Os Caça-Fantasmas” e “O Dia Depois de Amanhã”.

Na biblioteca os visitantes têm acesso gratuito à internet e podem até mesmo utilizar os computadores disponíveis no local realizando um rápido cadastro – para isso é necessário levar o passaporte.

7 – Visite a Grand Central Station



Você pode até achar estranho ir a Nova York e ser aconselhado a visitar uma estação de trem (e de metrô), mas acredite, este não se trata de um lugar qualquer. Situada no cruzamento da Rua 42 com a Park Avenue, a Grand Station foi fundada em 1913 e esta ‘menina’ de 102 aninhos ostenta uma beleza sem igual por onde passam cerca de 750 mil passageiros todos os dias.

O salão oval do lugar possui 1.100 metros quadrados e vive repleta de turistas boquiabertos observando as constelações de seu teto e fotografando tudo. Bem ali foram filmadas algumas cenas famosas de filmes como “Os Intocáveis” (1987), “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças” (2004), “Os Vingadores” (2012), entre vários outros.

Considerado um dos símbolos da Big Apple, o local permite uma verdadeira viagem no tempo justamente pelo contraste com os gigantescos arranha-céus ao redor. E pensar quem na década de 60 cogitou-se demolir o lugar, mas graças a uma campanha encabeçada pela ex-primeira-dama americana Jacqueline Kennedy Onassis, o edifício foi salvo e declarado monumento histórico.

8 – Coma os autênticos cachorros-quentes nova-iorquinos

Gastos com alimentação são um dos maiores de qualquer viagem e, sabemos que viver de fast food – opção geralmente mais em conta – não é nada agradável. No entanto, entre um passeio e outro, quando se está em Nova York é preciso aproveitar o que a cidade tem de mais barato e gostoso em alimentação: hotdogs!

Mas não imagine que o sanduíche da Big Apple é similar aos encontrados no Brasil. Por lá não há purê, batata palha, vinagrete e outros recheios que utilizamos por aqui. O cachorro quente nova-iorquino não é nada além de pão, salsicha, maionese, catchup e mostarda, custa entre US$ 2,50 e US$ 3,50 e acredite: é delicioso!

É possível encontrar uma barraquinha que venda o sanduíche a cada esquina e isso não é exagero. Portanto, se a grana está curta e o tempo idem, não pense duas vezes e pare para experimentar um hot-dog sem medo! Comida de rua em Nova York é muito segura e a chance de que algo que você coma resulte em um piriri é praticamente nula.

9 – Compre ingressos mais baratos para espetáculos

Uma vez que você esteja na cidade que oferece os espetáculos mais incríveis do mundo como os badalados musicais da Broadway, é imprescindível assistir ao menos um deles. O problema disso é que os preços não costumam ser nada em conta. Os mais famosos possuem ingressos que podem chegar a custar até US$ 170 (R$650). Ou seja: um belo desfalque no budget da viagem.

Mas existem algumas possibilidades para comprar ingressos por um precinho mais camarada. Uma delas é a TKTS que existe em três endereços (o mais famoso fica na Duffy Square na Broadway com a 47th Street) e que vende entradas com até 50% de desconto para musicais no mesmo dia. Para facilitar a vida de quem quer comprar mais barato, agora a empresa possui um aplicativo (iOS, Windows Phone 7 e Android) que indica os musicais que estão em oferta em tempo real. Infelizmente a compra ainda deve ser feita apenas pessoalmente e não através da ferramenta. Mesmo assim, já é bastante útil saber que não adianta ficar na expectativa de encontrar desconto para musicais badalados como O Rei Leão e Wicked, pois estes sempre estão com venda esgotada com muitos dias de antecedência.

Outra dica é a seguinte: para comprar mais barato é preciso estar atento aos horários que os quiosques da TKTS disponibilizam os ingressos com desconto. Todas as informações podem ser encontradas aqui.

E quem quer ver um espetáculo incrível, mas prefere apreciar uma produção um pouco menor e com tickets mais em conta, a Off-Broadway é a opção perfeita. Esclarecendo: o que diferencia um show da Broadway para um Off-Broadway é que, enquanto o primeiro possui acima de 499 assentos, o segundo possui entre 199 a 499 assentos e ainda uma produção mais barata. Por conta disso, os ingressos costumam ser bem mais em conta. Mas não se engane pensando que a qualidade destes shows é inferior. Nomes como Fuerza Bruta, Blue Man Group e Stomp estão em cartaz em espetáculos Off-Broadway no momento em NY. Além disso, todos eles também podem ser comprados com desconto de até 50% pela TKTS.

10 – Dê um pulo no Chelsea Market

Entre a Ruas 9 e 11 está o Chelsea Market, lugar que reúne várias opções de comida e de lojinhas que vendem desde tempero e itens de decoração a roupas e acessórios. O espaço é ideal para quem gosta de perambular para descobrir coisinhas diferentes e encantadoras que não se encontram em nenhum outro lugar no mundo. Aquela pulseira que todo mundo vai te perguntar onde comprou ou a capa de almofada incrível que dará um toque especial no sofa? São exemplos do tipo de coisa que você acha no Chelsea Market.

Além de tudo o que oferece de legal para comprar –e por preços nem tão altos– e de estar localizado bem ao lado do High Line Park, o local possui uma característica interessante: ocupa o prédio da antiga National Biscuit Company (Nabisco) e foi aí que a famosa bolacha Oreo foi criada e fabricada durante muitos anos.

No site oficial você pode encontrar informações sobre horários de funcionamento e conferir a lista de lojas do local.

A jornalista Tuka Pereira viajou a convite da NYC & Company e da Copa Airlines, companhia que faz voos para a Big Apple.